quarta-feira, 26 de maio de 2010

Quantos artistas entoam baladas pras suas amadas com grandes orquestras
Como os invejo, como os admiro, eu, que te vejo e nem quase suspiro
Quantos poetas românticos, prosas exaltam suas musas com todas as letras
Eu te murmuro, eu te suspiro, eu, que soletro teu nome no escuro
Me escutas, Cecília? Mas eu te chamava em silêncio
Na tua presença palavras são brutas Pode ser que, entreabertos
Meus lábios de leve tremessem por ti
Mas nem as sutis melodias merecem, Cecília, teu nome espalhar por aí
Como tantos poetas, tantos cantores, tantas Cecílias com mil refletores
Eu, que não digo, mas ardo de desejo
Te olho ,te guardo, te sigo, te vejo dormir
Me escutas, Cecília? Mas eu te chamava em silêncio
Na tua presença palavras são brutas, pode ser que, entreabertos
Meus lábios de leve tremessem por ti
(...)
Eu, que não digo, mas ardo de desejo
Te olho Te guardo Te sigo Te vejo
Te olho Te guardo Te sigo Te vejo dormir.

Chico Buarque

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palavras nunca são efêmeras...